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Quem foi o primeiro empreendedor?


Bem-estar Organizacional


Acabado de acordar após uma noite de pesadelos, Gregor Samsa, um jovem vendedor, descobre ter sido transformado numa barata. Uma vez assumido o facto, o nosso herói revela-se totalmente incapaz de agir, analisar ou refletir sobre o significado de tudo isso. A sua única preocupação foi “ Como é que irei conseguir conservar o emprego?”.

Relembro-vos, quando este é o maior dos nossos medos não há nada a perder, já não existimos, somos apenas baratas...


Foi nisso que a humanidade se transformou. Uma Civilização de Baratas incapaz de reagir perante os mais rasteiros desafios, esquecendo-se que não se nasce gente, fazemo-nos gente... Em contrapartida, a barata nasce e morre como tal. Mais, ela tem uma vantagem sobre os humanos, pode viver sem cabeça. Bem, pensando melhor, muitos entre nós também...


Samsa é a personagem principal de A Metamorfose de Franz Kafka. Estávamos em 1915. Hoje, mais de 100 anos depois, todos sabemos que não fomos, ainda, capazes de escolher as questões que nos hão-de tirar deste marasmo de ser barata... Mas, quem terá criado tal escaravelho há mais de 320 milhões de anos? Deus ou o diabo?


Entre deus e o diabo quem foi o primeiro empreendedor? Mas, deus e o diabo que raio têm afinal a ver com empreendedorismo, perguntar-se-ão. Desde logo, facilmente perceberemos que qualquer um deles se insere dentro da caracterização de empreendedor. Ambos se aventuram à realização de coisas difíceis ou fora do comum, sendo ativos e arrojados na sua atividade.


Depois, na atualidade não será exagerado pensar que o dinheiro e a religião são instrumentos de controlo económico e social por excelência.


Infelizmente, o moderno mundo do empreendedorismo, tal qual se ensina nas nossas escolas, permite ignorar os princípios básicos destes dois líderes e empreendedores de sucesso, isto é os valores de onde partem.


Um sistema que cria empreendedores sem lhes dar tal lição, permitindo que apenas se aprenda a cuidar dos ramos, das folhas e das flores, esquecendo a necessidade de atender às raízes, é criminoso... O mesmo acontece com o sistema financeiro ou com as religiões...


E quais são as raízes da economia, dos negócios, do empreendedorismo? As pessoas e , antes disso, os valores de que partem quando tomam as suas decisões.


Costumo justificar esta afirmação dizendo que qualquer um compraria um carro em segunda mão a madre Teresa de Calcutá, isto mesmo sabendo que ela nada conhece deste negócio. Mas, teríamos igual determinação se pensássemos em alguns dos homens mais ricos de Portugal?! Esta é uma pergunta retórica, ou talvez não...


Isto prova que há compromissos que são incontornáveis. Madre Teresa jamais arriscaria uma vida de exemplo colocando em causa valores pelos quais esteve várias vezes disposta a morrer. No futuro este será o maior ativo intangível dos líderes, os princípios pelos quais estaremos dispostos a morrer.


A admiração por personagens maiores da nossa história prova a importância dos valores religiosos, filosóficos, políticos, morais e éticos sobre as mais valias financeiras.


Chegar antes de partir...

Está escrito nos azulejos de uma estação de metro de Lisboa, ...só quando pergunto sei exatamente o que estou a dizer... O mundo só será melhor quando dermos a verdadeira importância ao perguntamento que é esta nossa existência.


Assim, o essencial nunca será obter as respostas, apenas compreender melhor as perguntas. A dúvida serve para isso mesmo, para nos dissolvermos nela; transformando-nos...


Nas nossas escolas de negócios a desesperança vem disso mesmo. Falta colocar as perguntas, isto ao invés de se partir, sempre, da resposta. Por isso, perguntemos sempre! Lembro-lhes, as perguntas mais importantes servem, unicamente, para nos dissolvermos nelas...


Ante a coragem de quem chegou cedo de mais a essência do empreendedorismo está na raiz dos olhos de quem vê.



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